Pais criam campanha on-line para estimular a doação de órgãos

CharlotteCom apenas um ano e um mês, a pequena Charllote aguarda pelo transplante de coração em estado grave, dentro de uma UTI.

Charllotte Santos Barbosa, apesar de ser tão pequena, já luta pela vida com  garra de gente grande. Aos oito meses, a menina foi diagnosticada com miocardiopatia dilatada: o ventrículo esquerdo do coração dilatou, enfrequecendo o órgão. De lá para cá foram muitas idas e vindas ao hospital e vários dias de internação. A princesinha aguarda um transplante de coração e,  devido à gravidade do caso, tem prioridade nacional. Os pais lançaram a campanha “Somos todos Charllote” no facebook e instagram para sensibilizar a sociedade sobre a importância da doação de órgãos.

João Bosco Barbosa conta que, assim que a doença da filha foi descoberta, os médicos informaram que o tratamento não era cirúrgico, ou seja, não há nenhuma cirurgia que possa ser feita no coraçãozinho dela para curá-la. Paradas cardiorespiratórias, edema pulmonar, pneumotórax, braquicardias, anemia, pneumonia, entubação respiratória…… por tudo isto nossa menina já passou e ainda passa. Em uma das muitas vezes que ficou hospitalizada, os médicos disseram que ela só sairia de lá com vida por um milagre, afirma o pai. Entretanto, “contrariando todos os prognósticos médicos, ela voltou a melhorar a cada dia. Foi como se Deus soprasse sobre ela um novo fôlego de vida” conta João.

Bárbara Santos, mãe da Charlotte afirma: Estamos na fé! Os planos são nossos, mas as respostas e os meios da cura são do Senhor. Tenho falado com  Deus que se for da vontade Dele curá-la sem necessidade do transplante, o que Ele tem Poder de fazer, vou agradecê-lo. Entretanto, caso Ele decida que é por intermédio do transplante esta cura, aceitarei agradecida. Tudo o que eu peço a Ele é que ela fique bem, viva, que tenha saúde e que eu possa criá-la para servir a este Deus vivo na Terra, levando para as pessoas o seu Amor, como testemunho de um milagre.”

A campanha de conscientização acerca da importância da doação de órgãos já conta com milhares de compartilhamentos e curtidas e o que é mais importante: a fila de transplante de órgãos está andando: pessoas estão sendo salvas.  As atrizes Nicete Bruno e Bety Gourlat foram as primeiras a gravar vídeos da campanha, onde debatem a importância de se autorizar a doação de órgãos dos familiares. Vários outros artistas, cantores, blogueiros,  apresentadores de TV já fizeram depoimentos de apoio ou compartilharam em suas redes sociais o movimento.

Pessoas de todas as idades e históricos médicos podem ser consideradas potenciais doadoras. A condição médica no momento da morte determinará quais órgãos e tecidos poderão ser doados. A legislação brasileira contribui muito para a recusa em doar órgãos de familiares falecidos, uma vez que a lei 10.211/2001 estabelece o modelo de doação consentida, ou seja, quando o doador deixa seu desejo expresso por escrito ou, na ausência deste documento, mediante autorização dos familiares. Entretanto, o que ainda acontece na prática é que as equipes de transplantes só removem os órgãos com o consentimento da família, independentemente da existência ou não do documento de manifestação de vontade do doador. Mais que uma alteração legislativa, é fundamental a promoção de  campanhas para conscientização; inclusive, esclarecendo como é feita a remoção de órgãos e explicando, detalhadamente, o critério da morte cerebral, de modo a divulgar a seriedade com que o assunto é tratado pelas equipes de saúde”, defende a advogada especialista em direito da saúde do escritório Dadalto & Carvalho, Luciana Dadalto.

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