Dia do Orgulho Autista – Reivindicações por centro especializado e tratamento com canabidiol

Dia do orgulho autistaSolenidade destacou avanços e desafios na luta por melhores condições de vida das pessoas com autismo
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O Dia do Orgulho Autista (18 de junho) foi comemorado nesta quarta-feira no plenário da Câmara Legislativa, com sessão solene realizada por iniciativa do deputado Robério Negreiros (PMDB). Avanços e desafios no processo de divulgação de informações sobre o transtorno, nas formas de tratamento e na melhoria da qualidade de vida de autistas e suas famílias foram destacados por especialistas, familiares e gestores públicos. Entre as principais reivindicações feitas estão: a possibilidade de se utilizar o canabidiol no tratamento de sintomas severos do autismo e a criação de centros de atendimento especializados.

O primeiro a defender na solenidade a importância de se buscarem mais formas de tratamento para o autismo foi o neurocientista e pai de criança com o transtorno, Dr. Renato Malcher. “É preciso ter uma visão mais otimista e menos conformista em relação ao autismo. Há avanços que precisam e podem ser feitos”, afirmou. O estudioso defendeu o uso medicinal do canabidiol, derivado daCannabis sativa, no tratamento de sintomas severos do autismo, como convulsões e autoagressividade, relatando “melhoras visíveis”.

“Precisamos reformular a forma de encarar o uso da maconha, evitando o uso abusivo, e é necessário fazer pressão sobre o governo para, ao invés de fugir desse debate, resgatar crianças do sofrimento”, concluiu Malcher. Robério Negreiros concordou ser preciso engajamento em novas pesquisas sobre o transtorno e defendeu que o uso do canabidiol seja discutido no Congresso Nacional, retirando a responsabilidade do Judiciário de lidar com o assunto.

O presidente do Movimento Orgulho Autista do Brasil (MOAB), Fernando Cotta, destacou a importância de regulamentação das leis federal e distrital que tratam das pessoas com autismo, a fim de assegurar respeito e igualdade de oportunidades para os autistas. Para ele, a principal questão é a criação de centros de tratamento especializados. Cotta relatou ter levado essas demandas para a Comissão de Direitos Humanos do Senado e para o senador Wellington Dias (PT-PI). O deputado Robério se comprometeu a acompanhar a questão e solicitou uma estimativa de custos para a instalação de centros no Distrito Federal. “Podemos garantir recursos para isso na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), por meio de emenda”, explicou.

Educação – Segundo a chefe do Núcleo de Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) da Secretaria de Educação do DF, Márcia Cristina de Lima, dados de 2013 indicam que há 953 estudantes com autismo matriculados na rede pública de ensino do DF. Para ela, há muitas conquistas a serem comemoradas no Dia do Orgulho Autista, mas ainda há uma grande necessidade de oferta de cursos e de treinamento para a toda a equipe escolar (professores, pedagogos, psicólogos) para lidar com o assunto.
Denúncias de falta de vagas em escolas públicas, despreparo de professores e casos de “bullying” envolvendo crianças com autismo foram relatadas por Lennon Custódio, assessor da deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP).

O assessor especial da Governadoria do DF, Antônio Leitão, foi na mesma linha, ao reconhecer limitações nas políticas públicas voltadas às pessoas com deficiências e ressaltar a importância de centros especializados de atendimento aos autistas.

Denise Caputo – Coordenadoria de Comunicação Social

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