Nos EUA, Mara Gabrilli debate transplante de órgãos e visita Instituto referência na área

Fachada do Prédio do Miami Transplant Institute Instituto A deputada Mara Gabrilli está participando nesta semana de uma missão oficial em Miami, nos Estados Unidos.  Na manhã desta terça, ela visitou o Miami Transplant Institute e o Jackson Memorial Hospital, centros que são referência mundial em transplante de órgãos

Convidada pelo médico brasileiro Rodrigo Vianna, que é Diretor de Serviços de Transplantes do Instituto, Mara conheceu as instalações das entidades e debateu estratégias necessárias para o aumento da doação de órgãos no Brasil.

O Miami Transplante Institute, em conjunto com o Jackson Memorial Hospital da Universidade de Miami, é considerado um dos principais centros de transplante no mundo, principalmente em relação a rim, fígado, intestino, coração, pulmão e pâncreas. Além disso, também possui programas únicos em transplante multivisceral (multi-órgãos).

“Estamos aqui para mudar a vida de pessoas com doenças raras e bebês que não conseguem ser transplantados no Brasil porque nossa estrutura é falha e solta, mas tenho certeza que com o apoio e experiência valorosa do Dr. Rodrigo, vamos conseguir avançar neste campo e mudar a vida de muitos brasileiros”, afirmou a deputada.

Mara sorrindo ao lado do Dr. Rodrigo ViannaDr. Rodrigo, que além de Diretor é chefe do serviço de transplante intestinal e mutivisceral do mesmo instituto, foi um dos médicos responsáveis pelo sucesso nos transplantes de duas crianças brasileiras, Pedrinho e Sofia, que nasceram com problemas congênitos raros e saíram do Brasil para realizar um transplante multivisceral em Miami. Pedrinho sofria da “Síndrome do Intestino Curto”, e Sofia, da “Síndrome de Berdon”, caracterizada pela má formação dos órgãos do sistema digestivo.

Atualmente, a “Síndrome de Berdon” acomete outra criança brasileira. Em abril, Mara se encontrou com o carpinteiro José Gomes Soares, que fazia greve de fome acorrentado ao corrimão do prédio da Justiça Federal na Avenida Paulista, região central da capital paulista. O sacrifício era pra que seu filho Samuel, de 1 ano e meio, fosse submetido a um transplante multivisceral, cirurgia nunca realizada no Brasil.

O menino nasceu com essa doença rara, que exige um transplante de múltiplos órgãos, como estômago, intestino e fígado.  Enquanto isso, o bebê consegue se alimentar apenas por meio de nutrição parenteral, infusão que leva os nutrientes diretamente ao sistema circulatório. Uma das possibilidades era a transferência do paciente justamente para Miami, onde diversos transplantes do tipo já foram realizados. A cirurgia custa cerca de U$ 1 milhão. No final de julho, a família de Samuel conseguiu na Justiça uma liminar favorável determinando ao governo brasileiro custear o tratamento em Miami. No entanto, a União ainda pode recorrer e não existe previsão para a viagem de Samuel aos Estados Unidos.

Segundo Vianna, hoje, no Brasil, o transplante multivisceral (de múltiplos órgãos) não é realizado por uma desorganização do próprio sistema de saúde brasileiro. “O Brasil tem jeito sim. Só precisa de alguém que lidere esse campo. Dá para fazer e dá para melhorar muito”, afirmou.

Para debater o assunto no Brasil, Mara solicitou a realização de uma audiência pública, que será realizada no dia 29/11, na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados. O médico Rodrigo Vianna é um dos convidados e virá de Miami para contar um pouco de sua experiência.

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, 87% de todos os procedimentos de transplantes realizados no país são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com esse percentual, o Brasil possui o maior sistema público de transplante de órgãos do mundo. Em números absolutos é o segundo país que mais realiza transplantes renais e hepáticos, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.

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