Verão seguro e consciente

arte de um homem com macacão de banho em cima de um cubo de gelo. Em posição de mergulho ele se prepara para cair em uma poça de água.Danilo Oliveira, 16, foi passar o ano-novo na casa de uma tia, em Ilhabela, litoral norte de São Paulo. Em um passeio pela praia, resolveu tomar um banho de mar. Numa fração de segundos, furou uma onda e no mergulho foi de cabeça em um banco de areia.

O estudante perdeu os movimentos e ficou boiando por cerca de quatro minutos até que alguém percebesse o que havia ocorrido. Danilo foi operado e permaneceu internado por quase três meses.

Ao cair com o alto da cabeça num local raso com banco de areia, Danilo sofreu um choque que fez seu pescoço dobrar enquanto o resto de seu corpo ainda permanecesse em movimento, ocasionando uma fratura em duas de suas vértebras. Danilo ficou tetraplégico.

Episódios como este acontecem com uma frequência maior do que se imagina. Segundo dados do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, o mergulho em água rasa é a quarta causa de lesão medular no Brasil.

Em época de verão, o mergulho mal calculado ocupa a segunda maior incidência do país – a cada semana, cerca de dez pessoas ficam paraplégicas ou tetraplégicas em acidentes nos rios, cachoeiras, lagos e piscinas. As vítimas são em sua maioria adolescentes e adultos do sexo masculino.

Diferente de outras deficiências, a prevenção do mergulho mal calculado pode evitar 100% dos casos de deficiência física. Para isso, basta que a informação chegue de maneira eficiente à população e, principalmente, entre os jovens, que devem ser os maiores alvos da campanha.

Quando era vereadora de São Paulo, protocolei um projeto de lei que prevê uma semana, a última de novembro, de campanha alertando dos riscos de mergulhar de cabeça no mar, em rios, lagos ou piscinas.

A distância entre uma vida com e sem deficiência pode ser mais curta que você imagina. Quando menos se espera você já pode ter mergulhado em outra realidade – sem caminho de volta. Trilhar a superação é glorioso, mas a prevenção é e sempre será o melhor dos caminhos.

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