Comissão discute efeitos nocivos do uso de pílula anticoncepcional

pilulasProposição da audiência foi da deputada Mara Gabrilli e outras parlamentares da bancada feminina do PSDB. Representante do Coletivo “Vítimas de Anticoncepcionais”, que sofreu três AVC pelo uso do medicamento, pede que médicos peçam exames antes de prescrever a pílula.

A Comissão de Seguridade Social e Família realizou no dia 9/6 uma audiência pública para discutir os efeitos nocivos do uso de anticoncepcionais.

A representante do Coletivo “Vítimas de Anticoncepcionais – Unidas a Favor da Vida”, Carla Simone da Silva, que sofreu três acidentes vasculares cerebrais por causa do uso de anticoncepcionais, afirmou que a comunidade criada no Facebook conta atualmente com mais de 50 mil seguidores, dando visibilidade ao problema.

Para ela, uma das causas do problema com anticoncepcionais é a ausência de fiscalização por parte dos agentes governamentais e a prescrição indiscriminada por parte dos médicos.
“Há falta de informação sobre outros métodos contraceptivos. Uma venda indiscriminada e um receituário indiscriminado dos métodos hormonais. Só se fala dos benefícios, não se fala dos riscos.”

O superintendente-substituto de Fiscalização, Controle e Monitoramento da Anvisa, Daniel de Freitas, admite que existem falhas no sistema de controle dos efeitos adversos dos medicamentos.
Daniel de Freitas disse ainda que há falhas também no sistema de notificação da Anvisa, o que leva a uma subnotificação elevada. Ele informou que a agência está trabalhando para aperfeiçoar os sistemas fundamentais no controle dos efeitos colaterais de medicamentos.

“São dois mecanismos de controle, tanto a fiscalização dos laboratórios para garantir a qualidade do produto como o monitoramento dos eventos adversos, e é justamente esse ponto de monitoramento dos eventos adversos que, é claro, a Agência precisa melhorar muito o seu papel.”

A deputada Mara Gabrilli, do PSDB de São Paulo, afirmou que é preciso alertar as mulheres para os perigos dos hormônios e orientar os médicos a prescreverem esse medicamento de forma segura.

“É para se refletir? É porque a gente não quer que as pessoas se afastem do anticoncepcional, mas a gente quer que as pessoas tenham outras informações de outros modos contraceptivos que também são muito eficazes.”

Os anticoncepcionais foram criados na década de 1960 e são largamente utilizados em todo o mundo. Apesar da resistência da sociedade médica, o coletivo Vítimas de Anticoncepcionais defende que seja feito um exame para detectar a pré-disposição da mulher à trombose antes do início do tratamento.

A trombose é um coágulo que se forma em veias ou artérias que ao se deslocar poder causar acidentes vasculares cerebrais, embolias pulmonares e paradas cardíacas.

“Desejo expressar toda minha gratidão e profunda admiração às mulheres guerreiras que trouxeram a nós o importante alerta para os efeitos decorrentes do uso de anticoncepcionais hormonais. É uma honra me unir à luta de vocês, que passou a ser de todos nós”, agradeceu a deputada.

Veja também: Superintendente da Anvisa admite falhas no controle de efeitos adversos de anticoncepcionais

Reportagem — Karla Alessandra

Fonte: Agência Câmara

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