Parceria inédita foi estabelecida pelo Governo de São Paulo, que autorizou acordo de colaboração entre a Rede Lucy Montoro, a empresa Wandercraft e o Centro Paralímpico Brasileiro
Nesta segunda-feira, 22, em evento de celebração aos 15 anos da Rede Lucy Montoro, a senadora Mara Gabrilli (PSD-SP) acompanhou o anúncio do governador Tarcísio de Freitas sobre o acordo de colaboração com a startup Wandercraft, responsável pelo desenvolvimento do exoesqueleto Atalante, o mesmo equipamento testado recentemente pela parlamentar.
Em paralelo ao anúncio de parceria, foi lançado o Walking Club: Longevidade e Funcionalidade, programa que consiste no aprimoramento de espaços já existentes dedicados à saúde como centros de reabilitação, treinamento, aprimoramento e até academia através de exercícios físicos e promoção da caminhada.
O objetivo das ações é permitir o desenvolvimento de estudos e avaliações sobre o uso de exoesqueletos para auxiliar a movimentação de pacientes em reabilitação.
O Atalante, exoesqueleto da Wandercraft, possibilita a locomoção de pessoas que perderam movimentos do corpo e que precisam aprimorá-los em consequência, por exemplo, de sequelas de AVC (acidente vascular cerebral), lesão medular, Parkinson, esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica, traumatismo crânioencefálico, entre outros.
A ideia é dar a possibilidade de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida terem uma tecnologia que possibilite movimentos em múltiplas direções. O objetivo é que futuramente, usando o exoesqueleto, os usuários também possam realizar tarefas do dia a dia, como atividades domésticas, permitindo assim mais autonomia e longevidade.
Equipamento
A principal inovação do Atalante é que ele dispensa o uso de andadores. O paciente “veste” o exoesqueleto e uma vez que o robô contém um sistema de controle de equilíbrio, permite maior estabilidade. Isto é, mesmo que o paciente se incline e faça movimentos com o tronco, o robô mantém o equilíbrio sem cair. O equipamento funciona com uma programação de acordo com o objetivo do paciente. Ele pode se inclinar, sentar e levantar, andar de frente, de costas e de lado, além de subir degraus. Essa condição é crucial para que o Atalante seja usado por pessoas com diferentes tipos de comprometimento de mobilidade.
“Tenho muita gratidão por fazer parte desse momento em que estamos unindo esforços para criar centros de caminhar e investindo para melhorar a vida de quem precisa. É o Estado de São Paulo, mais uma vez, mostrando seu pioneirismo e apostando na tecnologia que transforma vidas”, afirmou Mara.
Referência em saúde
O Instituto de Medicina Física e Reabilitação Lucy Montoro, na capital, é referência em atendimento a pessoas com deficiência e doenças incapacitantes. A Rede também conta com o primeiro laboratório de robótica e neuromodulação aplicados à reabilitação do Brasil.
Criada em 2008 pelo Governo de São Paulo, a rede promove mais de 100 mil atendimentos mensais nas 20 unidades em funcionamento na Grande São Paulo, interior e litoral. O serviço oferece reabilitação a pessoas com deficiência ou doenças potencialmente incapacitantes com apoio de médicos fisiatras, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, educadores físicos e assistentes sociais.
Além do acordo firmado com os três entes públicos – Governo Estadual, Rede Lucy Montoro e Centro Paralímpico Brasileiro -, ainda há tratativas para que o exoesqueleto Atalante seja utilizado para pesquisa tanto na AACD quanto pela academia Bodytech.
Participaram do evento na sede do Lucy Vila Mariana o CEOs da AACD, Valdesir Galvan, e o CEO da Bodytech, Luiz Urquiza.