Em Nova Iorque, Mara Gabrilli participa de reunião da Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência

Mara sorrindo ao lado direito da foto. Ela está ao lado de um grupo de mulheres cadeirante e outro grupo de mulheres em péA senadora Mara Gabrilli (PSDB/SP) esteve em Nova Iorque nessa semana (10 a 14/6), onde participou da 12ª Sessão da Conferência dos Estados-Partes da Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.

O lema do encontro deste ano foi “Garantir a inclusão de pessoas com deficiência em um mundo em mudança por meio da implementação da Convenção da ONU”. Algumas das mesas de debates apresentaram temas como: Tecnologia, digitalização e TICs para o empoderamento e inclusão de pessoas com deficiência”; Inclusão social e o direito ao mais alto padrão atingível de saúde; e Inclusão de pessoas com deficiência na sociedade por meio da participação na vida cultural, recreação, lazer e esportes. Além de acompanhar mesas que debateram diversos temas, Mara palestrou em dois eventos.

A primeira palestra ocorreu no dia 12, durante o “Encontro de Mulheres com Deficiência na Política e na Liderança Pública: Desafios para Beijing+25”. Junto a outras mulheres líderes em diversas parte do mundo, incluindo a vice-presidente da Argentina, Gabriela Michetti, Gabrilli assinou um documento para buscar a plena participação, igual e efetiva, das mulheres em todos os níveis de tomada de decisão no governo de seu país. Beijing +25 é um documento internacional que busca o empoderamento e o combate à violência contra mulheres e meninas.

“Precisamos acabar com todas as formas de discriminação contra mulheres e meninas. Queremos uma política mais ética, inclusiva, igualitária e democrática. Vamos buscar os nossos espaços, nos fortalecer e trabalhar para isso. As mulheres do mundo estão unidas nessa luta!”, discursou, em inglês.

Segundo o Relatório Gender Gap 2018, produzido pelo Fórum Econômico Mundial, o Brasil caiu para a 92ª posição entre 144 países. “Há dois anos, estávamos na 79ª posição. A baixa representação feminina no mercado de trabalho e na política foi o principal responsável por essa queda, apesar do relatório demonstrar avanços em áreas como educação e saúde. O Brasil, infelizmente, está avançando menos que os demais países. E o relatório não mensura as questões da deficiência, que geram mais desigualdades”, afirma Mara. Construído a partir de razões entre os sexos, o objetivo do GGI é classificar os países a partir das diferenças de gênero e não pelo seu nível de desenvolvimento.

A segunda palestra aconteceu no dia 13, no evento “1 bilhão de vozes tornando o invisível visível”, que reuniu pessoas de diferentes países para contar histórias de superação no esporte. O debate foi organizado pela Daniela Bas, diretora de desenvolvimento econômico e social da ONU, que já atua há quase 30 anos dentro do órgão. Mara falou sobre a importância do esporte na sua vida.

“Sempre tive no esporte um ponto de equilíbrio fundamental para meu dia a dia. Antes de sofrer o acidente cheguei a correr uma ultramaratona de 100 km. Já tetraplégica, participei de uma maratona aquática de 24 km. Ainda antes de entrar para a vida pública, fundei o Instituto Mara Gabrilli, para ajudar a promover a autonomia das pessoas com deficiência. Hoje o IMG apoia 26 atletas, mas mais de 100 já estiveram conosco. Recebo uma energia muito grande da força de vontade e da superação que todos sempre tiveram. São campeões nas quadras, nas pistas e nas piscinas, que representam o Brasil em competições nacionais e internacionais.

Mara também prestou uma homenagem aos atletas, pelos quais nutre grande admiração. “Foram os atletas que me imbuíram do desejo de transformar as cidades. Foram os maiores motivadores do trabalho de construção de políticas públicas que faço hoje. O esporte é uma importante ferramenta de inclusão, de construção da paz e do desenvolvimento dos países. Esse lema é fortemente defendido pelas Nações Unidas e merece também o reconhecimento do poder público e de toda a sociedade civil”, completou.

Em 2018 Mara foi eleita para integrar um seleto Comitê da ONU que monitora a Convenção nos 161 países signatários. O Comitê é composto por 18 peritos independentes e tem um mandato de quatro anos. É a primeira vez que um brasileiro integra esse comitê.

 

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